Contexto
Quando uma organização define uma nova direção estratégica, ela precisa mais do que ideias e intenções — precisa de um plano de ação estruturado. Muitas vezes, o desafio não está na definição do que se quer, mas em como estruturar e priorizar as ações necessárias para chegar lá.
O roadmap estratégico a partir da arquitetura corporativa apoia a execução deste desafio. Ele permite que a estratégia seja desdobrada em ações práticas sobre a estrutura da organização, seus processos, sistemas e tecnologias — criando foco, visibilidade, ritmo e governança da transformação.
Aplicabilidade
- Projetos de planejamento estratégico que envolvem transformação organizacional ou digital
- Consultorias que utilizam arquitetura corporativa para viabilizar mudanças estruturais
- Empresas que precisam conectar estratégia à execução e definir prioridades
- Processos de tomada de decisão e priorização junto à alta liderança
Descrição do processo
1. Entender o destino: estratégia e visão de futuro
- Coletar objetivos estratégicos com líderes e documentos formais
- Clarificar os resultados esperados e os marcos desejados (ex: “atingir novos mercados”, “dobrar receita via canal digital”)
2. Mapear o ponto de partida: AS-IS organizacional
- Levantar o estado atual das capacidades de negócio, estrutura organizacional, processos, sistemas, dados e tecnologia
- Utilizar frameworks como TOGAF para organizar a análise
3. Identificar o GAP entre AS-IS e TO-BE
- Comparar o que existe hoje com o que será necessário para alcançar a estratégia
- Mapear as lacunas estruturais, operacionais, tecnológicas e organizacionais
4. Traduzir os objetivos em ações arquiteturais
- Para cada objetivo estratégico, descrever as ações necessárias para viabilizá-lo
- Organizar essas ações por camada arquitetural:
- Negócio: reestruturações, novos times, novas capacidades
- Processos: criação, automação, redesenho de fluxos
- Aplicações: novos sistemas, integrações, substituições
- Dados: reorganização, governança, visualizações
- Tecnologia: upgrades, cloud, segurança, infraestrutura
5. Sequenciar as ações no tempo
- Agrupar por fases ou trimestres
- Incluir interdependências entre as ações
- Relacionar ações a entregas concretas e ganhos de negócio
6. Conectar o roadmap à governança
- Usar o roadmap como base para ritos de acompanhamento
- Relacionar com o Painel Estratégico da Arquitetura Corporativa
- Atualizar periodicamente com apoio da consultoria e da liderança
Exemplo de aplicação
Empresa de software que deseja escalar o produto para PMEs:
- Estratégia: escalar operação em 12 meses
- Roadmap incluiu:
- Implantação de onboarding digital (aplicações)
- Criação de time de suporte técnico escalável (negócio)
- Redesenho do modelo de pricing e billing (processos)
- Reestruturação do CRM e da governança de dados (dados)
- Migração para ambiente cloud multitenant (tecnologia)
- Organizado em três fases trimestrais, com entregáveis e responsáveis
Analogias e metáforas
- Roteiro de viagem estratégica: o roadmap mostra o caminho, os marcos, as paradas e os recursos para completar a jornada.
- GPS da arquitetura: o roadmap combina destino (TO-BE), localização atual (AS-IS) e orientação (ações estruturadas).
Perguntas frequentes
O roadmap é o mesmo que um plano de projeto?
Não. O roadmap é mais estratégico e estruturante — ele orienta a criação e priorização de projetos, mas não entra no nível de tarefas e WBS.
Preciso ser detalhado nas ações?
Apenas o suficiente para mostrar os impactos, sequências e entregas. Evite excesso de tecnicidade ou microgerenciamento.
Como garantir que o roadmap está correto?
Envolver stakeholders estratégicos e operacionais na validação e manter um ciclo de atualização contínuo são os melhores caminhos.
Posso começar com um esboço e evoluir?
Sim. Roadmaps são versões vivas da estratégia. Comece simples e vá refinando conforme o amadurecimento da iniciativa.