O Catálogo de Conhecimentos Organizacionais é uma ferramenta estratégica que mapeia, categoriza e estrutura os conhecimentos essenciais presentes em uma organização. Ele serve como um guia para entender a natureza e utilidade desses conhecimentos, avaliar seu estado atual (AS-IS) e futuro desejado (TO-BE) em relação às dimensões do conhecimento, e definir planos de ação baseados nos processos da espiral do conhecimento.
Descrição Geral
Esse catálogo é um inventário estruturado que lista os conhecimentos organizacionais, categorizando-os com base em sua natureza (tácito ou explícito) e utilidade (como são aplicados em processos, produtos e tomadas de decisão). Além disso, o catálogo permite a avaliação da situação atual dos conhecimentos, considerando as dimensões epistemológicas e ontológicas, e traça um plano para seu desenvolvimento futuro. As ações propostas seguem os processos da espiral do conhecimento (socialização, externalização, combinação e internalização), promovendo a evolução contínua do conhecimento na organização.
Origem e Desenvolvimento
O conceito do catálogo de conhecimentos organizacionais deriva das práticas de gestão do conhecimento e dos estudos de Nonaka e Takeuchi, que enfatizam a importância de identificar, transformar e compartilhar conhecimentos. Ao longo do tempo, essa abordagem evoluiu para incluir um diagnóstico sistemático (AS-IS) e um planejamento estruturado (TO-BE) para orientar a evolução dos conhecimentos organizacionais.
Componentes Principais
- Inventário de Conhecimentos: Uma lista dos principais conhecimentos da organização, categorizados de acordo com sua natureza (tácito ou explícito) e utilidade (relevância para processos, decisões e produtos).
- Categorização Epistemológica e Ontológica:
- Epistemológica: Determina se o conhecimento é tácito (interno, pessoal) ou explícito (formalizado, documentado).
- Ontológica: Avalia os níveis em que o conhecimento é compartilhado – do indivíduo ao grupo, organização e nível interorganizacional.
- Avaliação AS-IS e TO-BE:
- AS-IS: Analisa a situação atual dos conhecimentos, determinando sua posição nas dimensões epistemológicas e ontológicas.
- TO-BE: Define o estado desejado dos conhecimentos, identificando lacunas e oportunidades de melhoria em suas dimensões.
- Plano de Ação: Estrutura ações com base na espiral do conhecimento:
- Socialização: Compartilhar conhecimento tácito por meio de interações e experiências.
- Externalização: Converter o conhecimento tácito em explícito, documentando práticas e ideias.
- Combinação: Integrar diferentes conhecimentos explícitos para criar um conjunto mais amplo e organizado.
- Internalização: Absorver o conhecimento explícito, transformando-o em conhecimento tácito incorporado nas práticas diárias.
Metodologia e Abordagem
A criação do catálogo envolve várias etapas. Primeiramente, os conhecimentos são identificados e classificados com base em sua natureza e utilidade. Em seguida, é realizada uma avaliação do estado atual (AS-IS) considerando suas dimensões epistemológicas (tácito ou explícito) e ontológicas (nível de compartilhamento). A partir daí, define-se o estado futuro desejado (TO-BE), que orienta a elaboração de um plano de ação baseado na espiral do conhecimento, promovendo a evolução contínua.
Aplicabilidade e Casos de Uso
- Diagnóstico do Conhecimento: O catálogo ajuda a identificar onde e como o conhecimento é utilizado e em qual forma se encontra, permitindo um diagnóstico preciso da situação atual (AS-IS).
- Planejamento Estratégico: Com base no TO-BE, o catálogo guia ações para transformar e disseminar o conhecimento, alinhando-os aos processos da organização.
- Melhoria Contínua: A partir do plano de ação fundamentado na espiral do conhecimento, o catálogo promove rotinas de compartilhamento e evolução do conhecimento, levando à inovação e aprimoramento dos processos.
Benefícios e Vantagens
- Visão Estratégica: Oferece uma visão estruturada do conhecimento organizacional e seus gaps.
- Evolução Orientada: Facilita a elaboração de planos de ação para transformar o conhecimento, otimizando sua aplicação nos processos organizacionais.
- Inovação: Estimula o compartilhamento e a integração de conhecimentos, fomentando um ambiente de inovação e melhoria contínua.
Limitações e Considerações
- Manutenção Contínua: A natureza dinâmica do conhecimento requer atualizações regulares do catálogo.
- Complexidade: Demanda uma análise detalhada para categorizar e avaliar conhecimentos corretamente, podendo ser um processo complexo em organizações maiores.
Comparação com Outros Frameworks
O catálogo de conhecimentos organizacionais difere de modelos como o KMMM, que avalia a maturidade dos processos de gestão do conhecimento. O catálogo foca diretamente na identificação, categorização e planejamento de evolução dos conhecimentos, fornecendo uma visão mais operacional e prática.
Implementação e Adaptação
Para implementar o catálogo, a organização deve:
- Levantamento: Identificar e listar os conhecimentos existentes, categorizando-os por natureza e utilidade.
- Avaliação AS-IS: Avaliar a posição atual desses conhecimentos nas dimensões epistemológicas e ontológicas.
- Planejamento TO-BE: Definir o estado desejado para cada conhecimento.
- Plano de Ação: Elaborar planos estruturados com base na espiral do conhecimento para promover a evolução do estado atual para o futuro desejado.
Recursos Adicionais
- Livros: “A Criação do Conhecimento na Empresa” de Nonaka e Takeuchi.